Embriaga-te!


Os estudantes da FCT certamente já se depararam com um cartaz como o acima, afixado em pontos estratégicos da faculdade. Para esclarecer o conteúdo provocativo do mesmo, aqui fica um comentário do Padre Pedro.

"Embriaga-te

Não, não nos tornámos promotores das praxes académicas.

Nem sequer somos patrocinados por uma marca de álcool.

Tão pouco subsídio algum deixou em nós a sua marca de subserviência.

Tão pouco que este texto seja recebido como uma demagogia, manobra para seduzir os não praticantes facilitando-lhes um discurso fácil.

Jamais reduzir e esconder a experiência outra que fazemos da vida e da sua abundância!

Sim, parece-nos que as festas da cerveja, e a ‘malta’ com a cabeça cheia, não são um espectáculo muito interessante. E não descobrimos beleza na gente que queima os melhores dias da sua juventude nos copos, no vomitado e na ressaca.

Dói-nos, sofremos, por ver gente bonita, gente inteligente, bondosa, amigos nossos, associando sempre a ideia de festa à pratica da bebedeira. Gente para quem festa nunca rima com classe! A classe de não ter que se desclassificar o humano: sujeito de inteligência e vontade.

Todavia, como não reconhecer o ímpeto deste texto destemido de Baudelaire? Como não reconhecer neste refrão imperativo ‘embriaga-te!’ qualquer coisa que fere a nossa carne, lá onde ela se chama coração! Infinito, absoluto, plenitude… como não sentir o apelo e a invocação dessas realidades a bailar nestas palavras do poeta maldito?

Não no JB ou na Sagres, no gin Gordons ou na mais famosa marca de vodka. Não nos vinhos nacionais. Tão pouco nas compras. E nem nas viagens, no curso ou no currículo. Tão pouco nos afectos, bem ou mal resolvidos, em histórias mais ou menos felizes e autenticas, o homem (o homem e a mulher) encontraram o que procuram! Ou o que desistiram de procurar e servir (e por isso, tímidos e frágeis, se enfrascam).

Todos Te procuram diz Pedro a Jesus. Quer dizer, diz esse povo na travessia dos dias chamado Igreja,.

E Jesus responde: ‘Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue. O sangue da nova e eterna aliança.’

È dentro dessa embriaguez que vivemos e que desejamos viver. É para ela que te convidamos. Ela dá paz. Ela derrama-se no mundo, como amor e serviço.

Vem, daí, beber connosco! Tudo está preparado…"


E se Deus existisse...

És ateu, agnóstico ou duvidoso? És crente com hesitações? Acreditar em Deus parece-te loucura? Achas que se Deus realmente Existisse tudo seria diferente? Acreditas em Deus e ousas admiti-lo? Tens uma palavra a dizer sobre tudo isto?
Então junta-te a nós no dia 23 de Novembro, às
17 horas, na capela do NUCA, no Campus da FCT! O "Grupo da Outra Margem" espera por ti para uma conversa diferente!

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Benção dos Finalistas 2010

Benção das Pastas? das Fitas? Melhor será dizer dos Finalistas? Não que as 'coisas' não possam ser abençoadas. Aí está o Ritual da Celebração das Bençãos a dispor diante de nós diversos ritos para a celebração da benção das casas, das instalações desportivas, dos carros, dos instrumentos técnicos ou das bandeiras! Todavia, toda a benção das coisas recai, finalmente, sobre as pessoas 'donas' das coisas. Recai, obviamente, sobre quem invoca, sobre as suas vidas, sendo as 'coisas' apenas caminho para chegar às pessoas.
E o que é uma benção, então? É um gesto de Deus: "Só pode abençoar quem tem autoridade. Só pode abençoar quem pode criar. Abençoar só Deus pode". Todavia o homem tem a tentação de desistir da benção de Deus, e o que é mais, de se tornar ele mesmo o fabricante de uma vida feliz, sem a benção de Deus! Nesse sentido Nietzche pronunciou uma palavra de rebelião quando disse: 'de suplicantes devemos tornar-nos em abençoadores'.
Porém, "Deus fez participantes deste poder de abençoar todos aqueles que são chamados a criar vida: os pais e o sacerdote" (Romano Guardini Sinais Sagrados).
E é por isso que no próximo sábado, pelas 10h, o Sr Bispo de Setúbal lá estará, na FCT, a abençoar junto dos pais aqueles filhos que, por Misericórdia de Deus, assim se poderão descobrir mais filhos de Deus!
Pe Pedro

Carta do Sr Bispo aos finalistas da FCT 2010

Caros Finalistas

Pela 5ª vez consecutiva a vossa Associação de Estudantes e a Direcção da FCT me convidam a celebrar a Bênção das Pastas e, portanto, a invocar a protecção de Deus sobre as vossas vidas. E, crede-o, é motivo de alegria para mim participar neste evento. É alegria porque é esperança. Esperança também de que não deixeis de procurar, para além da competência profissional e de um percurso bem sucedido, a verdade sobre a vida que Deus vos oferece, Ele cuja bênção ireis pedir na vossa festa no dia 29 de Maio.

Queria aproveitar para vos oferecer três pensamentos de um homem muito apaixonado pela vida académica, reconhecido e estimado pelos seus pares como pensador original e profundo, e que diz porque tem alguma coisa para dizer, e não apenas porque tem que dizer alguma coisa…
São três pensamentos que fazem pensar e que vos ofereço a todos vós, que procurais intensamente ‘captar’ a vida:
O primeiro é sobre a alegria. Sobre a ‘seriedade’ dessa alegria que acima vos referi:
“A maior pobreza é a incapacidade de alegria, o tédio da vida considerada absurda e contraditória. Esta pobreza hoje está muito difundida, em formas muito diferentes, quer nas sociedades materialmente ricas quer também nos países pobres. A incapacidade de alegria supõe e causa a incapacidade de amar, inveja, avareza. Todos estes são vícios que devastam a vida dos indivíduos e o mundo. Eis por que precisamos de uma nova evangelização: se a arte de viver permanece desconhecida tudo o mais deixa de funcionar. Mas esta arte não é objecto da ciência. É uma arte que só pode ser comunicada por quem tem a vida. Por aquele que é o Evangelho em pessoa.”

Mas perguntar-se-á: que sentido faz falar de evangelização quando se perdeu o rasto de Deus, de Deus que parece esconder-se de nós. Daí este novo texto, que nos convida a posicionarmo-nos:
“Se hoje ainda temos dificuldade em percepcionar Deus, é porque se tornou demasiado fácil evitarmo-nos a nós próprios e fugir perante a profundidade da nossa própria existência, na anestesia de uma qualquer comodidade. Aquilo que em nós existe de mais profundo permanece, então, inexplorado. Se é verdade que só se vê bem com o coração, quão cegos somos todos nós!”
Não tenhais medo de enfrentar a busca de Deus! Deus não é contra a vossa liberdade. Nesse sentido, aqui vos deixo este último e belo texto que vale a pena ler com atenção:

“Tolerância e fé são conceitos que se opõem? Ou, por outras palavras, poder-se-á conciliar fé cristã e modernidade? Se a tolerância é um dos fundamentos da época moderna, afirmar que se encontrou a Verdade não é talvez uma presunção superada que deve ser rejeitada, se se quiser quebrar a espiral da violência que atravessa a história das religiões? Esta pergunta coloca-se hoje de uma maneira cada vez mais dramática, no encontro entre o cristianismo e o mundo, e difunde-se cada vez mais a convicção de que a renúncia, por parte da fé cristã, à pretensão de Verdade seja a condição fundamental para obter uma nova paz mundial. Os temas do verdadeiro e do bem não podem ser separados. Platão tinha razão ao identificar o ponto mais alto do divino com a ideia do bem. De forma inversa, se não podemos conhecer a verdade em relação a Deus, então também a verdade em relação àquilo que é o bem e àquilo que é o mal permanece inacessível. Em tal caso, não existe o bem e o mal; permanece apenas o cálculo das consequências: o ethos é substituído pelo cálculo. Falando ainda mais claramente: as três questões sobre a verdade, sobre o bem, sobre Deus são uma única e mesma questão. E se para ela não existe resposta, andamos, então, às cegas relativamente às coisas essenciais da nossa vida. Então, a existência humana é verdadeiramente “trágica”- então, certamente compreendemos também o que deve significar redenção. O conceito bíblico de Deus reconhece Deus como o bem, como o bom (cf. Mc 10, 18). Este conceito de Deus atinge o seu cume na afirmação de S. João: «Deus é Amor» (1 Jo 4, 8). Verdade e amor são idênticos. Esta afirmação – quando compreendida em todo o seu alcance – é a maior garantia da tolerância; de uma relação com a Verdade, cuja única arma é ela mesma e portanto o amor.”

Como já tereis percebido, estes pensamentos são do Papa Bento XVI que nos vai visitar de 11 a 14 deste mês. Vale a pena lê-lo, também para conseguir ler, com mais beleza, a própria vida.

E vos digo – e também a vossos professores e pais - com alegria e esperança: parabéns e felicidades.
Setúbal, 4 de Maio 2010
+Gilberto, Bispo de Setúbal

Biografia Breve do Papa Bento XVI


1927 “Nasci no dia 16 de Abril, Sábado Santo, em Markl im Inn (Baviera). Fui baptizado na manhã seguinte. A parte mais importante e mais bonita da minha infância passei-a em Traunstein, uma cidade muito influenciada por Salzburg. Por conseguinte, Mozart entrou na nossa alma desde o princípio, e ainda hoje continua emocionando-me porque é tão claro e, ao mesmo, tempo tão profundo.”
“No Outono íamos aos campos procurar alface-brava; nos prados em redor encontrávamos, sob orientação da nossa mãe, várias coisas úteis para o presépio.”
“Não sou capaz de indicar uma prova de verdade da fé mais convincente do que a sincera e franca humanidade que a fé fez amadurecer nos meus pais e em muitas outra pessoas que encontrei ao longo da vida.”

1939 J. Ratzinger entra no Seminário. Depois da guerra dirá: “Gratidão e vontade de renascer, de trabalhar na Igreja e para o mundo, eram estes o sentimentos que dominavam a atmosfera daquela casa.”

1943 Juntamente com os colegas de Seminário é obrigado a prestar serviço militar: “Uma noite tiraram-nos da cama e mandaram-nos reunir ainda meio adormecido. Um oficial das SS chamou-nos da fileira, um a um, e tentou induzir-nos a que nos alistássemos voluntariamente no corpo das SS, aproveitando-se do nosso cansaço e da posição de cada um em frente ao grupo todo reunido. Muitos camaradas, que inclusive eram boas pessoas, foram alistadas desta maneira, neste grupo criminoso. Juntamente com outros, eu tive a sorte de poder dizer que queria ser sacerdote católico. Cobriram-me de impropérios e de insultos e mandaram-nos para trás…”

1951 É ordenado sacerdote juntamente com o irmão Georg: “Éramos mais de quarenta candidatos; quando fomos chamados respondemos Adsum ‘Eis-me aqui’. Era um esplêndido dia de verão que se tornou inesquecível como o momento mais importante da minha vida.”

1952 Começa a sua actividade como professor de teologia. Quando do Maio/68 ninguém lhe tirou o microfone ou lhe atirou ovos: “Não, sempre se entendeu bem com os alunos. Uma vez houve um debate com os professores Kung, Seckler, Ratzinger, Neumann. Na apaixonada discussão que se seguiu o professor Ratzinger não abriu a boca. De repente ouvem-se as vozes dos alunos: ‘que fale Ratzinger, que fale Ratzinger…”

1962-65 É consultor teológico do Card Frings durante o concilio Vaticano II. Certa vez o Cardeal havia pedido a Ratzinger que lhe preparasse um texto para uma conferência que tinha que fazer em Génova. A conferência causa tanto impacto em Itália que o papa João XXIII chama o Cardeal de Colónia a Roma e diz-lhe ‘querido Cardeal: disse tudo o que eu penso e queria dizer…”

1977 É nomeado por Paulo VI Arcebispo e depois Cardeal de Munique.
1981 É chamado para trabalhar em Roma pelo Papa: “Ratzinger reconhecia na pessoa carismática e pastoral de João Paulo II uma ‘paixão pelo homem’ e uma capacidade para descobrir a ‘dimensão espiritual da história’. O papa Wojtyla reconhecia na pessoa tímida de Ratzinger um intelectual contemporâneo que era um teólogo mais completo do que ele próprio. Em conjunto formavam uma equipa intelectual fantástica.”

2005 A 19 de Abril é eleito Papa e escolhe o nome Bento XVI: “ Rogo-vos [aos cardeais depois da sua eleição]: jamais deixeis faltar-me a vossa amizade.”
“O nosso ministério é um dom de Cristo aos homens, para construir no Seu corpo o mundo novo. Vivamos o nosso ministério assim, como dom de Cristo aos homens! Peçamos com insistência ao Senhor, para que depois do grande dom do Papa João Paulo II, nos ofereça um pastor segundo o Seu coração, um pastor que nos guie ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria. Amén.”

Peregrinação a pé Fátima


Pela primeira vez, alguns, mais uma vez, outros, uma vez mais, eu, iremos a pé a Fátima. Para castigar o corpo? Disparate! Por passeio? Bahh! Por quê, então? Aqui, deixo meia dúzia de linhas do António Pinto Leite que certamente ajudaram a compreender as razões de ser desta peregrinação:

“Na semana que aí vem, irei a Fátima, a pé. Pisar o silêncio que não tenho na vida de todos os dias, para conseguir falar com Deus e não apenas comigo próprio, como nos acontece quase sempre. Parar o tempo, para ter tempo, ser ninguém para me sentir alguém, caminhar misteriosamente para perceber o sentido deste absurdo que é existir. Juntar a liberdade e a solidão e submeter-lhes a minha imperfeição. Confiar na humildade e na esperança e pôr-me à disposição da aventura que quiserem. E rezar, essa palavra que as décadas baniram, que eu bani durante tantos anos. Rezar, simplesmente rezar.” A. PINTO LEITE, Expresso, 4 de Maio de 1996

Santa Missa

Retomamos a celebração da Eucaristia na terça 13 de Abril, às 13h15.

A Páscoa



Nunca me esquecerei da primeira vez que fui a Bourke visitar as Irmãs. Dirigimo-nos à periferia de Bourke, a uma enorme reserva onde vivem os aborígenes, em pequenas cabanas construídas com folhas de estanho, cartões velhos, etc. Entrei num desses compartimentos, todos pequenos. Chamo-lhe uma casa, mas trata-se de um único compartimento, dentro do qual está tudo. Disse ao homem que ali se encontrava: “Por favor, deixe-me fazer-lhe a cama, lavar-lhe a roupa, limpar-lhe a casa.” E ele respondeu-me repetindo-me várias vezes: “Eu estou bem, eu estou bem.” Então eu disse-lhe: “Mas ficará ainda melhor se me deixar fazer-lhe isso.” Por fim, lá me deixou. E deixou-me de tal maneira que, quando acabei, tirou do bolso um sobrescrito velho. Começou a abri-los, um após outro, e tirou lá de dentro um pequeno retrato do pai, que me deu a ver. Eu olhei para a fotografia, depois olhei para ele e comentei: “É tão parecido com o seu pai.” Ele ficou felicíssimo por eu ter sido capaz de detectar a semelhança com o pai na cara dele. Eu abençoei a fotografia e devolvi-lha, e ele voltou a metê-la no primeiro sobrescrito, depois no segundo sobrescrito, depois no terceiro sobrescrito, e voltou a meter a fotografia no bolso, junto ao coração. Depois de eu lhe ter limpado o compartimento, descobri a um canto uma grande lamparina toda suja e perguntei-lhe: “ Nunca acende esta lamparina? É tão bonita! Nunca a acende?” Ele replicou: “Para quem? Passam-se meses e meses e meses sem que ninguém aqui venha. Vou acende-la para quem?” E eu retorqui-lhe: “E se as irmãs cá vierem, acende-a?” E ele respondeu: “Sim.” Então as irmãs começaram a ir visitá-lo, eram apenas cinco ou dez minutos por dia, mas começaram a acender aquela lamparina. Algum tempo depois, ele adquiriu o costume de a acender. Lentamente, pouco a pouco, as Irmãs deixaram de entrar na casa dele. Mas iam de manhã vê-lo. Eu esqueci-me completamente do episódio, e foi então que, dois anos depois, ele mandou dizer: “Digam à Madre, minha amiga, que a luz que ela acendeu na minha vida continua a brilhar.”

Madre Teresa de Calcutá
Austrália, Outubro 1991

Os escândalos da pedofilia

por Marcello Pêra,
italiano, filósofo agnóstico e senador.
Publicado no Corriere della Sera 17.III.10

Caro Director,

A questão dos padres pedófilos e homossexuais que surgiu recentemente na Alemanha, tem como alvo o Papa. Cometer-se-ia, no entanto, um grave erro se pensássemos que o golpe não conseguiria atingir o alvo, dada a enormidade da iniciativa. E seria um erro maior ainda se se considerasse que a questão será rapidamente ultrapassada, como tantas outras. Não é assim. Está em curso uma guerra. Não apenas contra a pessoa do Papa porque, nesse campo, a guerra é impossível. Bento XVI tornou inexpugnável na sua imagem, na sua serenidade, na sua limpidez, firmeza e doutrina. Basta o seu sorriso manso para derrotar um exército de adversários.

Não, a guerra é entre o laicismo e o cristianismo. Os laicistas sabem que se um esguicho de lama atingir a batina branca, conseguir-se-á sujar a Igreja e, se se sujar a Igreja, então ter-se-á também sujado a religião cristã. É por isso que os laicistas acompanham a sua campanha com perguntas como: "Quem mandará ainda as suas crianças à Igreja?", ou, "quem mandará ainda os seus filhos para um colégio católico?", ou mesmo, ainda, “quem irá tratar os seus filhos num hospital ou clínica católica? ". Há alguns dias atrás, um laicista deixou escapar a sua intenção. Escreveu assim: "a extensão da difusão do abuso sexual de crianças por padres põe em causa a própria legitimidade da Igreja Católica, como garante da educação dos mais pequeninos.” Não importa que esta sentença não tenha provas e esteja cuidadosamente escondida sob a fórmula “extensão da difusão”: um por cento de padres pedófilos? Dez por cento? Todos? Não importa que a sentença seja desprovida de lógica: basta substituir "sacerdotes" por "professores", ou por "políticos", ou por "jornalistas" para "minar a legitimidade" das escolas públicas, dos parlamentos ou da imprensa. O que importa é a insinuação, mesmo à custa da grosseria do argumento: os padres são pedófilos, assim a Igreja não tem autoridade moral, logo a educação católica é perigosa, pelo que cristianismo é uma fraude e um perigo.

Esta guerra do laicismo contra do cristianismo é uma batalha campal. Deve-se trazer à memória o nazismo e o comunismo para encontrar uma situação similar. Mudam os meios mas o fim é o mesmo. Hoje, como ontem, o que se pretende é a destruição da religião. Na altura a Europa pagou o preço por esta fúria destrutiva com a sua própria liberdade. É incrível que, especialmente na Alemanha, enquanto se bate continuamente com a mão no peito devido à memória do preço que se infligiu por toda a Europa, na Alemanha que hoje é uma democracia, se esqueça e não se entenda que a própria democracia estaria perdida se o cristianismo fosse apagado. A destruição da religião comportou então a destruição da razão. E hoje não significará o triunfo da razão laica, mas uma nova barbárie. Sobre o plano ético aí está a barbárie de quem mata um feto porque a sua vida seria prejudicial para a saúde psíquica da sua mãe. De quem diz que um embrião é um "monte de células" bom para experiências cientificas. De quem mata um velho porque ele já não tem uma família que o trate. De quem apressa o fim de um filho porque não está consciente e é incurável. De quem pensa que “progenitor A" e "progenitor Pai B" é o mesmo que "pai" e "mãe". De quem acredita que a fé é como o cóccix, um corpo que já não participa na evolução porque o homem não já não precisa da cauda e está erecto por si mesmo. E por aí adiante. Ou então, e considerando o lado político da guerra dos laicistas ao Cristianismo, a barbárie será a destruição da Europa. Porque, abatido o cristianismo, permanecerá o multiculturalismo, que acredita que cada grupo tem direito à sua cultura. O relativismo, que pensa que cada cultura é tão boa quanto qualquer outra. O pacifismo, que nega que o mal existe.

Esta guerra ao cristianismo não seria tão perigoso se os cristãos a compreendessem. Em vez disso, todas estas incompreensões envolvem muitos deles. Teólogos frustrados pela supremacia intelectual de Bento XVI. Bispos inseguros que consideram que qualquer compromisso com a modernidade é o melhor modo de actualizar a mensagem cristã. Cardeais, em crise de fé, que começam a sugerir que o celibato dos sacerdotes não é um dogma, e que talvez fosse melhor reconsiderá-lo. Intelectuais católicos felpudos que pensam que há uma questão feminina dentro da Igreja e um problema não resolvido entre o cristianismo e sexualidade. Conferências episcopais que se enganam na ordem do dia e que, enquanto esperam por uma politica de fronteiras abertas para todos, não têm a coragem de denunciar as agressões que os cristãos sofrem e as humilhações que são forçados a provar ao serem todos, indiscriminadamente, sentados no banco dos réus.

Ou ainda aqueles chanceleres vindos dos países de leste que exibem um belo ministro homossexual enquanto atacam o Papa sobre qualquer assunto de natureza ética,ou aqueles que nasceram no ocidente e que pensam que o ocidente deve ser laico, isto é, anti-cristão. A guerra dos laicistas continuará, senão por outra razão porque um Papa como Bento XVI, que sorri mas que não se afasta um milímetro, a alimenta. Mas se se perceber porque é não se afasta, então toma-se o assunto em mãos e não se espera o próximo golpe. Quem se limita unicamente a solidarizar-se com ele é como alguém que entra no Jardim das Oliveiras de noite e em segredo, ou como alguém que não entendeu o que está a acontecer.

Rezar com Paul Claudel




E eis que estamos na véspera da Anunciação, que festejaremos no 25 de Março já próximo.

Foi por isso que se escolheu rezar com Claudel, neste sábado 20 , como o costume na Igreja de Santiago.

Na verdade, a obra prima dessa alma apaixonadíssima por Cristo, pela Sua Igreja, pelo anúncio, desse incansável apóstolo junto dos intelectuias de França e do mundo, na primeira metade do século XX, do homem incorruptivel debaixo da ocupação alemã e jamais seduzido pelas mentiras do marxismo, do diplomata de profissão e polemista por dever de fé, a sua obra prima - dizia - é L' Annonce Faite à Marie, texto que nos coloca no coração da salvação, no amen da Virgem. E tudo isto sem que praticamente se fale de Maria...
Aparece, então, se queres conhecer melhor esse homem imenso, na beleza do dizer, na obra escrita, no testemunho vivido.

O programa é o habitual: 10h Laudes 10h30 Ensinamento 11h45 Adoração/Confissões 12h30 Missa

Oração de Stº Efrém para a Quaresma

Efrém viveu no séc IV,
no actual Iraque

Senhor e Mestre da minha vida:
não me abandones ao espírito
da preguiça, de desânimo, de dominação e das vãs palavras.
Faz-me a graça a mim, teu servo,
do espírito de integridade, de humildade, de paciência e de caridade.
Sim meu Senhor e meu Rei:
concede-me ver as minhas faltas
e de não condenar o meu irmão,
óh Tu que és bendito pelos séculos dos séculos.
Ámen.

Georges Rouault



É, provavelmente, o mais importante pintor católico do séc XX.
Não um pintor de inspiração cristã.
Não vagamente cristão.
Tão pouco 'edificantemente' cristão mas pouco convincentemente pintor, mediocre na sua arte.
É, também, um pintor quaresmal, com uma imensa saudade da luz da páscoa, dos rostos ressuscitados, ele que soube dizer como ninguém a iniquidade, a tristeza e o arrependimento.
Homem de uma integridade absoluta, como dele dizia Jacques Maritain, foi ele que convidámos para nos ajudar a entrar neste tempo de quaresma.
Será já no próximo sábado, dia 20, como de costume:

10h00 Laudes//10h30 Ensinamento// 11h45 Adoração/Confissões//12h30 Missa

A sociedade não é laica

D. José Policarpo afirmou que "se o Estado é laico, a sociedade não o é".

Nesse sentido, alertou para os perigos de “estender a laicidade do Estado a toda a sociedade e a todas as instituições do Estado ao serviço da comunidade, entre as quais sobressai a escola" e de "fazer derivar a justa laicidade para um laicismo, qual nova religião, que combate qualquer presença ou influência da religião na sociedade".

Para o Cardeal, estamos na presença de “uma nova forma de hegemonia totalitária que se disfarça com as vestes da democracia". Por isso, acrescentou, "a escola, como instituição ao serviço da educação não pode ser laica, neste sentido, como não pode ser um espaço sagrado, na acepção religiosa do termo".

extraído de http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77411

Charles Péguy...16 de Janeiro

Trata-se de um mestre.
De um daqueles homens que sabem,
que sabem o essencial,
e que sabem trazer outros, muitos, para mais perto do essencial.
Péguy foi um marginal. Não por ser um autor menor, vagabundo ou anarquista.
Péguy foi um marginal porque, já então, as massas preferiam os 'fast food' mentais.
Péguy foi um daqueles cuja doença se chama Jesus e por isso não podia ser curado...
Sábado, entre as 10h00 e as 13h00 poderás conhecê-lo um pouco mais:
Igreja de Santiago Almada (por tráz da Câmara, no jardim do Castelo)
10h00 Laudes 10h20 Conferência 11h30 Adoração/Confissões 12h30 Missa.

Se necessitas de virgens, Senhor,
se necessitas de valentes sob o Teu estandarte,
aí estão Clara, Teresa, Domingos, Francisco, Inácio,...
aí estão Lourenço e Cecília...

Mas, se por acaso, alguma vez precisares de um preguiçoso
e de um medíocre, de um ou outro ignorante, de um orgulhoso,
de um cobarde, de um ingrato ou de um impuro,
de um homem cujo coração esteve fechado e cujo rosto foi duro...,
aqui estou eu!

Quando te faltarem os outros, a mim sempre me terás!
Ch Péguy